domingo, 17 de dezembro de 2023

Para Onde Foi Todo o Tempo?


Deslizou lentamente entre meus dedos, um festival de cores, uma alegria para transbordar uma  loucura atrás da outra. 
Machucado e arranhão, nem sempre físicos, os ritmos e ritos de passagem pelos pensamentos, sentimentos e desejos.
Nem tudo é razão, emoção e vontade nessa mesma ordem, pois a racionalidade se atreveu a criar o tempo como fórmula divina e para além da mecânica.
O tempo fere e ele mesmo cura, o tempo nos faz enjoar das coisas ou querer sempre o mesmo. 
O tempo adora o ócio criativo e carregou Domenico Demasi para sempre. 
Como um artigo de luxo, o tempo vale ouro, diamantes ou outras pedras preciosas. Mas o tempo capital não garante eternidade para ninguém. 
Se o rico compra seu tempo, paga caro por nada e apenas aprisiona e escraviza o que deveria ser tempo livre. 
A nossa existência passa pelo existir de fato, mas não existem medidas e nem quantidades de tempos, perdidos ou vividos, pois não sabemos o que resta dessa medida insana.
O tempo adora espetáculos e brinca de cabra cega o tempo todo. São explosões de luzes em fogos de artifícios em plena escuridão.
O tempo é um ilusionista e a grande ilusão é a sua inexistência,  a sua vida é a cegueira do que passar pelo tatear na escuridão, do tocar ligeiro e de tudo o que existe na imensidão do nada.

Por Belarmino Mariano, imagem das redes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário