quarta-feira, 3 de julho de 2024

Paradoxo de Deus dito como Omnipotente

Por Jhon Oreste.

Se aceitarmos a premissa de que Deus é omnipotente, omnisciente e omnipresente, surge uma série de questões filosóficas que desafiam nossa compreensão da divindade. Uma dessas questões é o problema do mal. Como pode um Deus todo-poderoso permitir a existência do sofrimento, da injustiça e do mal no mundo? 

Uma possível resposta é que Deus permite o mal para preservar o livre-arbítrio humano. No entanto, isso levanta outra questão: se Deus é verdadeiramente omnipotente, não poderia Ele criar um mundo onde o livre-arbítrio e a ausência de mal coexistissem? Se não pode, então não é omnipotente. Se pode, mas escolhe não fazê-lo, então a sua bondade é questionável.

Outro paradoxo interessante é a questão da comunicação divina. Se Deus realmente se importa com a humanidade e deseja guiá-la, por que se comunica de forma tão ambígua e esporádica? Por que não enviar uma mensagem clara e directa a todos os líderes religiosos e políticos, instruindo-os a agir de maneira justa e ética? A falta de uma comunicação divina clara e inequívoca leva a inúmeras interpretações e, consequentemente, a divisões, conflitos e guerras.

A história de Jesus Cristo é frequentemente citada como um exemplo da intervenção divina na Terra. No entanto, se Deus realmente enviou seu único filho para salvar a humanidade, por que permitiu que ele fosse crucificado? Por que não interveio para protegê-lo? E mais intrigante ainda, por que escolher um mensageiro que, segundo relatos, bebia vinho e se envolvia em comportamentos que muitas religiões considerariam imorais?

Se Deus realmente se preocupasse com a humanidade, por que escolheria um método tão brutal e sanguinário para redimir os pecados do mundo? Por que um sacrifício humano, e ainda mais, de seu próprio filho? Em uma era onde a comunicação divina deveria ser clara e directa, por que permitiria tamanha violência e incompreensão?

Se considerarmos a vida de Jesus sob uma perspectiva crítica, veremos que ele desafiou as normas sociais e religiosas da sua época. Transformou água em vinho em uma festa de casamento, desafiando a noção de que a espiritualidade deve ser separada dos prazeres terrenos. Se alguém hoje tentasse realizar milagres similares, como transformar substâncias comuns em drogas, certamente seria encarcerado, não celebrado como um salvador.

Isso nos leva a questionar a própria natureza do divino. Será que a imagem tradicional de Deus como um ser perfeito e inefável é compatível com as acções atribuídas a Ele? Será que Deus, se existir, está além das nossas limitações humanas de moralidade e lógica? Ou será que a ideia de Deus é uma construção humana, projectada para explicar o inexplicável e dar sentido ao caos do universo?

A reflexão filosófica sobre Deus e a religião nos desafia a ir além das respostas fáceis e a confrontar as contradições inerentes às nossas crenças. Talvez a verdadeira espiritualidade resida não em aceitar dogmas pré-estabelecidos, mas em questionar incessantemente, em buscar a verdade mesmo que ela nos conduza a lugares desconfortáveis e desconhecidos. Afinal, a busca pela verdade é, em última análise, a busca pela própria essência da nossa existência.

Conclui ainda de forma sincera, dizendo que, a arrogante e agressiva de escrever pode ser considerada ofensiva para os ACÉFALOS, mas não busco agradar a ninguém além de mim mesmo. Quem não gostar do que escrevo pode simplesmente parar de ler.

John Oreste 
02 de Julho de 2024
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