Em 2091 a Missão Marte para colonização humana foi desastrosa. Todas as tentativas de vida foram fracassadas e algumas máquinas automáticas são os únicos objetos humanos inanimados ainda em funcionamento.
Um borboleta laranja com preto sobrevoa a cabeça da estátua do Buda da Compaixão em um holograma do passado que ainda circula em redes de computadores espalhadas pela Terra.
Parece que bos deuses estão todos mortos e o que resta são imagens em escombros, em meio a desilusão devastada e incompreensível. Mas nem tudo está totalmente perdido, pois algumas mutações refletem os elevados indicices de radioatividade.
Os insetos ainda são recursos valiosos, mas não se sabe até quando e, em que proporções. A vida não é mais a mesma e um programa de computador faz simulações, mesmo sem os cientistas para analisar os avanços ou retrocessos.
No amanhecer dos primeiros dias do outono, as mudanças climáticas já provocaram a elevação da temperatura da terra do ano de 2023, de 15 para 19 graus centígrados, aumentando o nível médio dos oceanos na região intertropical em 46 metros.
Depois da Terceira Grande Guerra, dois terço da humanidade já foi engolida pelos massacres e ondas de destruição em massa, pelas águas, calor intenso, escassez de alimentos e novas ondas de vírus.
A inteligência artificial já é a principal responsável por decisões humanas em relação aos interesses do capital e grandes corporações sem sentido, pois a vida perdeu o sentido.
A automação de máquinas e a robótica continuam em operação, mas não existe mais nada a ser feito, pois o inanimado é o que predomina em quase todos os ambientes.
As forças humanas, como ratazanas, vivem em escombros e lutam pela sobrevivência, como a 30 mil anos atrás e não existe mais a lei da selva, pois o que não está seco e desértico submergiu por completo.
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Por Belarmino Mariano. In.: contos niilistas. Imagem das redes sociais e Netflix.
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