Por Belarmino Mariano.
Quem nunca ouviu a expressão: "parece que tu fumace maconha estragada!?" É meio uma pergunta, afirmação bem exclamativa ou até mesmo uma admiração desconfiada, diante de uma história estapafúrdia.
A história é tão cabeluda que não basta ter fumado só maconha, a marijuana precisa estar estragada. Parafraseando Geraldo Azevedo, "Não basta apenas ter apanhado, na beira-mar, um táxi pra estação lunar". Você precisa ter feito a viagem completa.
Ontem sonhei com minha amada mãe, Dona Gessi, aquela leonina brava, que sempre tinha um "infeliz das costas ocas" na ponta da língua, quando a gente lhe dava trabalho, mas era amável como uma Santa Mãe Nordestina.
Pelo sonho, devo ter fumado maconha estragada mesmo. Mas nem sei se nos nossos sonhos rolam essas vibes. Na verdade, ou na ilusão da minha mente, depois de anos já falecida, tive a oportunidade e o prazer de reencontrar a mulher que me trouxe ao mundo, me deu a luz, juntamente com mais 21 irmãos e irmãs.
No sonho haviam outras pessoas e não estavam claras as bases para a noção de um espaço-tempo referências. Apenas tinha a noção de que ela estava velhinha, como na época de sua partida e foi um reencontro emocionante.
Chorei muito, enquanto ela sorria alegremente e me admirava como seu caçula dos filhos. Lhe abraçava e passando a mão em seus cabelos brancos e finos feito seda, percebi que sua cabeça havia se alongado muito, dando a ela as características de uma mulher alienígena.
Na hora fiquei muito surpreso e nos entreolhavamos felizes. Não sei como são essas coisas dos pensamentos em sonhos, mas lembro indubitavelmente que pensei surpreso: "Minha mãe era uma Extra Terrestre, uma alienígena de verdade".
Sua cabeça alongada lembrava as descobertas arqueológicas de estruturas cranianas alongadas encontradas em escavações no Irā, Iraque, Egito ou em Paracas nos Andes peruanos.
Não era uma sensação psicotrópica, nada de maconha, raiz de jurema preta, folhas de ayahuasca, flor de papola ou folha de coca mascavo.
Eu sabia que estava sonhando e que havia adentrado em um recinto cerimonial ancestral e minha pequenina mãe estava lá, juntamente com outras pessoas.
Não sei como explicar ou interpretar os sonhos, seus mistérios e desafios para as nossas leis do mundo tridimensional. Mas ser transportado para uma espécie de quinta dimensão, para um estado ambiente atemporal e imaterial é mesmo uma realidade fascinante.
Encontrei minha mãe, sei que foi em sonho, uma espécie de viagem astral de desdobramentos do corpo físico para um corpo vital e/ou astral. Que seja, pois não são todas as noites que sonhamos com nossos antepassados.
Sei que não existia uma clara materialidade, mas era minha mãe, baixinha, um rosto delicado de traços perfeitos, sua pele morena e suas rugas contrastando com os cabelos grisalhos, puxados mais para brancos. Era Dona Gessi, disso eu tenho certeza.
O mais fascinante desse sonho foi ter desvendado um mistério familiar de milhares de anos, como em vida, nunca havia notado o crânio alongadado da minha própria mãe?
Acordei ainda chorando de alegria, passei a mão na cabeça e pensei, o crânio deve se alongar na vida após a morte, minha mãe era uma mulher de outro planeta ou de traços civilizatórios há muito tempo extintos.
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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