Estes passarinhos fizeram ninhos em meu pé de romã, goiaba e agora na árvore flor de laranjeira, trafegando entre o quintal e jardim de minha casa.
São bicos de lacre (Estrilda astrild), oriundos da África Subsaariana e, segundo historiadores naturalistas, chegaram ao Brasil em navios negreiros, durante as grandes navegações e escravidão de povos africanos.
Meu ajudante de pedreiro, Seu Severino (O Gato), um criador de pássaros, chamava de "pico de lata". E me explicou que eles não se acostumam em gaiolas.
Minha casa durante a pandemia ficou mais de um ano fechada e acho que nesse período eles se instaram por aqui. Observei que mesmo depois do nosso retorno, eles não foram embora.
Depois entendi os reais motivos, no quintal tenho um pé de uva, uma goiabeira e no jardim um pé de jabuticaba. Às vezes colhia os frutos, mas ao perceber que sempre apareciam beliscados, passei a deixar mais frutos sem colher.
Moral da história, eles continuam por aqui e acredito que vários bicos de lacres estão satisfeitos com a sombra, água fresca e frutas do meu quintal.
Estou lembrando dessa história, pois nessas andanças políticas, passei pelo "Buraco do Afonso", enclave territorial do bairro do Nordeste e encontrei Seu Gato. Entre as saudações do encontro ele me perguntou, -"professor, e os bicos de lata?"
Então resolvi fazer essas fotos para relembrar para ele que os bicos de lacre estavam muito bem. Se você clicar nas fotos, verá minha safra de jabuticabas bem bicadas.
Por Belarmino Mariano. Imagens do autor e redes sociais.
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