Essa semana estava lendo um artigo sobre "A morte na perspectiva da Psicologia Social", e me vieram várias indagações e reflexões a esse respeito e implicações sobre a ideia de vida em espírito.
Se a gente questiona sobre a ideia de vida após a morte, podemos então problematizar sobre as ilusões e imaginários religiosos, de vida após a morte ou reencarnação e até mesmo, as ideias de retorno e recorrência, típico de religiões orientais e do Espiritismo, como saídas fáceis para diminuir os traumas da morte.
Na verdade, não existe nenhum tipo de explicação científica que comprove a existência de vida após a morte. Para muitos, morrer é um processo natural em que a matéria e a energia voltam a se desintegrar e se reintegrar à natureza como um ciclo físico-químico.
Mas existem crenças religiosas, mitos e até charlatanismo que envolvem esses tipos de experiências. No Brasil, o maior exemplo foi o curandeiro espiritual, ou médium "João de Deus" em Goiânia. Ele fez fortuna usando a fé das pessoas, dizendo que conversava com familiares desencarnados, enquanto assediava e abusava sexualmente de mulheres traumatizadas, por perdas de parentes.
Outro aspecto importante desse processo psicossocial é a cultura de ritos funerários, tendo o Egito, a Índia e o Japão, os três maiores exemplos de que os mortos seguem viagem espiritual para um mundo imaterial, daí todos os rituais que se possa imaginar.
No Egito da época dos faraós, as elites dominantes, seus vários Deuses e a grande preocupação com a vida após a morte, geraram um verdadeiro mundo físico, como a mumificação e "O Vale dos Reis".
As tumbas eram verdadeiros palácios, os trabalhos de mumificação dos corpos e os pertences materiais arrumados cuidadosamente, marcaram essa cultura imaginária que chegou até o nosso presente.
Durante toda a idade medieval eram comuns os trabalhos de exorcismo em fiéis que estavam possuídos por espíritos intercessores malignos. O cinema já lucrou muita grana com esse tema.
A ideia de paranormalidade originou todos os tipos de seitas e crenças que se pode imaginar. Mas nenhum tratado científico comprovou a veracidade desses aparentes fenômenos de conexão com o além.
Já tive uma experiência de quase morte (EQM), me vi em uma espécie de cronômetro retrógrado, provocado por um choque anafilático ou alérgico a medicamento, até que fui reanimado por ajuda médica. A única sensação foi de estar voltando no tempo vivido.
A mente humana é fantástica, o olho e cérebro permitem todos os tipos de conexões neurais e a cognição transforma pensamentos, sentimentos e desejos, em quase tudo que se possa imaginar.
Sou de uma muito numerosa, minha mãe e meu pai geraram 21 filhos, dos quais 13 sobreviveram e se tornaram adultos. Então tive 8 irmãos que entraram para as estatísticas da mortalidade infantil ou prematura.
Às vezes me pego pensando como seriam meus irmãos e irmãs se tivessem sobrevivido, como seriam ou o que seriam quando se tornassem adultos?
Sou de uma família predominante católica e tenho um irmão evangélico e irmãs que praticam o espiritismo. Respeito a opinião religiosa e as escolhas de cada um(a).
Dos meus irmãos, pai, mãe já falecidos, em alguns sonhos eles me aparecem, mas os vejo sempre em situações do passado, enquanto memórias remanescentes e ao acordar, sinto aquele vazio, aquela falta, mas atribuo esses sonhos às minhas próprias percepções mentais e emocionais.
Tenho todo respeito pela fé e crenças das pessoas, mas tomem cuidado, pois, com as redes sociais, tem crescido muito, os casos de grupos, seitas e esquemas de fraudadores, inclusive formados ou com diplomas universitários, se passando por psicólogos, pastores, falsos espiritas e até padres, usurpando bens financeiros e patrimoniais de pessoas com alguns traumas, pela perda de entes queridos.
É como aquela história colada nos postes, "trago o amor perdido em até três dias". Aí o desesperado vai lá, gasta uma grana e nada. Aí o charlatão, sugere fazer um trabalho espiritual, que geralmente envolve dinheiro, galinha preta, cachaça e por aí vai...
Tem pastores salafrários, orientando familiares a doarem o patrimônio do morto para "as obras de Deus", aí o cristão transfere tudo para o nome da igreja e Deus irá proteger a pobre alma daquele pecador.
A ciência tanto em aspectos da psicologia, quanto da neurociência, apontam caminhos seguros sobre o somos e dos nossos comportamentos humanos existenciais e de percepção.
Quase tudo nos seres humanos, gira em torno dos comportamentos verbais e das linguagens, enquanto formas de comunicação. Os comportamentos emocionais e/ou de sentimentos, implicam diretamente em nossa percepção dos comportamentos sociais ou grupais.
Comportamentos de desejos, vontades, necessidades que nos faz imergir em ambientes sociais, rigidos, com dimensões de controle social e comportamentos que envolvem diretamente nosso jogo social pautado pela utilização de dúvidas, verdades, mentiras, utopias e imaginários, nem sempre dominados por todos.
As pressões são também culturais e sevtransforma em tradições e ciclo de vidas em grupo, rituais e crenças, entre as quais o medo da morte e a construção mental ou racional de caminhos alternativos da ideia de continuidade da vida após a morte.
Talvez esta seja a maior criatividade humana, pois coloca ordem no caos e a nas incertezas, criando esperanças, alimentando sonhos e tranquilizando corações e mentes.
Acho até que, os psicólogos e psiquiatras, são os únicos com essa função profissional gabaritada para tratamento de saúde mental, transtornos e traumas.
Mas existem grupos de auto ajuda, grupos espirituais sérios, exotéricos, pastores e padres sérios, que podem ajudar muito, as pessoas que se encontram diantes destes dilemas com a vida/morte.
Mas o censo crítico e o aprofundamento em estudos científicos são os melhores caminhos a seguir, independente da nossa cultura de crenças em vidas passadas, ou em vida após a morte, a vida é bela e depois dela, só a certeza da morte!
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Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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