Anjos apenas no nome, era apenas um homem em luta constante para compreender a sua e as nossas vidas.
Solidão, sofrimento, angústia e dor. Esses são os grandes traumas humanos. As doenças e a morte são recorrentes e insistem em permanecer, onde "tudo na vida é sofrimento".
Um negacionismo extremo e factual, em que a ciência é convidada a se tornar poesia e ao mesmo tempo crônica fúnebre.
Sem anjos nem almas, apenas vida que em matéria se decompõe até o estado dos átomos de carbono e amoníacos.
Talvez uma filosofia budista distante, um crédito de carbono reutilizado pelo retorno e recorrência da própria vida, uma esperança tênue e a certeza do nada.
Augusto não chegou a conhecer o Buda da Compaixão, pois na sua vida tudo era sofrimento, angústia e dor. A tuberculose se alimentava de sua poesia angustiada.
Ele se via como a própria e moribunda sombra da morte e com ela o fim, pois com a morte tudo acaba. A sua poética da tristeza e da solidão nos atinge de cheio, pois somos feitos dessas coisas.
O eu somos nós, pois é uma poesia manifesta em que, nossa existência está fadada a morte, por isso, fazemos cortejos fúnebres, com choros, prantos e a certeza da última despedida dos que partiram para o fundo da terra, nos tornando banquete para os tapurus.
Somos existências em amadurecimento e apodrecimento e, o prazer do último cigarro é a véspera do último escarro, do último beijo, do último afago, não importando a ordem, nesse resumo da morte Augustina.
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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