quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Ao final das Contas, Quem São Todos Vocês?

Por Belarmino Mariano, imagem das redes sociais.

Que loucura, como pode ser, que situação difícil até de se acreditar. Mas estava diante de um ambiente tranquilo e calmo, como em um local de meditação e fui entrando suave e descalço, enquanto ouvia vozes, vindas de um salão de reuniões.

Ao me aproximar, fui observando que aqueles rostos eram todos conhecidos e atônito não estava entendendo nada. Passei a contar todos aqueles homens reunidos e eram exatamente 47 pessoas. 

De alguma maneira, acho que alguém percebeu a minha presença, mas continuaram conversando como se eu não estivesse ali e, apesar de reconhecer algumas palavras, não compreendi o que estavam discutindo.

Certamente era uma língua morta, como sânscrito, pois as frases pareciam poemas melódicos. Me aproximei ainda mais e para ter certeza de onde estava me belisquei, mas não senti a pressão, nem a dor das unhas em minha pele. 

Então estiquei o dedo indicador e ele, parecendo uma borracha, se esticou e me deu a certeza que me encontrava em um desdobramento astral, em alguma área da quinta dimensão. Era a única explicação plausível. Não estava em meu corpo físico e me senti chocado com tudo aquilo.

Os 47 indivíduos reunidos, eram todos meus próprios eus, ou partes inteiras de mim mesmo. Então pensei, estou diante das 48 leis da física, pois preciso me incluir nessa conta. Pela primeira vez em toda a minha vida me encontro comigo mesmo, como se estivesse em uma presente paralelo ao mundo real e em uma reunião, para qual não tinha consciência.

Voltei a fazer contas e vi que 48 era uma combinação de 4+8:12 e essa decomposição me colava diante 1+2:3. Essa era uma equação que estava me levando para além do mundo tridimensional, pois ali tudo era fluido e estava muito além da materialidade.

Naquele momento, comecei a observar que estava diante de corpos astrais de mim mesmo e parecia redundância demais, porém percebi que em cada um havia uma fase da minha existência e, apesar de todos estarem em um presente absoluto, eram momentos em uma crescente combinada com elementos infantis, adolescentes, jovens, jovens adultos, adultos e o agora era eu aos meus 61 anos de idade, um velho moço que ainda sonha loucuras. 

Mas nas minhas contas sobre todos aqueles indivíduos, ainda faltavam dois números o 5 e o 9, pois o 6+1:7, dava o 7. Era como se eu estivesse em um veículo de Jeremias e fosse levado às nuvens, onde haviam esferas celestiais. Refleti um pouco mais e entendi que o 5 já estava ali desde o princípio, era o pentagrama de minha existência. Era o espaço tempo dos fluidos ou a quinta essência, o mundo astral ou a quinta dimensão. Lugar onde as leis físicas são reduzidas para 36. Logo à quinta dimensão, ao ser somada com a quarta ou mundo causal, me apresentava o 3+6:9, ou o 4+5:9. O Eremita, a busca incessante de nós mesmos. Que loucura, o ano de 2025 era exatamente a combinação do 2+0+2+5:9.

Pensei, será que estou no passado ou no futuro? Mas ali na quinta dimensão o tempo não existe, como a concebemos. É um encontro em que só saberei depois dos fatos ocorridos? Foi nesse momento que lembrei das minhas filhas, meu filho e minha mulher, o núcleo duro da minha existência familiar, 1+1+3:5, notei que estava exatamente onde estou no mundo real, mesmo que experimentando uma viagem astral. Que matemática fantástica essa que só nos Vedas já tem mais de 5 mil anos.

As minhas filhas estão entre a adolescência e juventude e juntamente com duas grandes amigas da mesma faixa etária, insistem na ideia dos roteristas, em que, somos os protagonistas das histórias das nossas vidas e eles ou elas estão o tempo todo, traçando as situações e cenas a serem vividas, mas até que ponto chegaríamos até eles?

Mas porque me veio esse raciocínio lógico e totalmente ancorado a linguagem dos números? Lembrei do paradigma indiciário e por isso, da teoria dos roteiristas dentro de nós pois estava diante de um firte indício para essa possibilidade.

São estes roteiristas que definem todos os cenários, cenas e situações da nossa existência e experiência, exatamente como acontecem cotidianamente e eram temas recorrentes em nossas viagens ou passeios de carro. Quando dava algo errado, minhas filhas até brincavam ao dizer que não estavam gostando daquelas cenas escolhidas pelos roteiristas.

Fiquei perplexo com tamanha complexidade daquele encontro e fui a uma situação extrema, de tentar encarar as personas, uma a uma, porém, era como se não existisse nenhuma interação e todos ao mesmo tempo, pareciam apenas hologramas em uma cena de ficção científica, algo como uma filmagem tridimensional.

O meu olhar não era correspondido por nenhum dos personagens da cena, mas continuavam conversando entre si, como se nada ou ninguém os ateapalhassem. Continuei consciente e tentando solucionar aquele intricado enigma de mim mesmo.

Lembrei da física quântica e dos anos de estudos exotéricos e lembrei da teoria dos três corpos (astral, mental e vital), então imaginei que, se eu era meu corpo astral e, naquele meio poderia existir mais dois de mim, que estariam naquela cena e tentei imaginar que os demais fossem apenas reflexos, nessa combinação matemática e metafísica. 

Os encarei um a um novamente e parecia um exercício em vão, então resolvi falar e perguntei: "ao final das contas, quem são todos vocês?" Observei que a minha fala saiu no mesmo idioma em que conversavam, mas em um padrão ou tom de vibração irritado e inseguro que não surtiu o efeito esperado.

A experiência em falar e em demonstrar insegurança e impaciência, não ajudou em nada. Percebi que minha ideia ou noção de espaço-tempo estava completamente vazia de sentidos e meus pensamentos, sentimentos e desejos não mostravam confluência para lugar nenhum.

Roteiristas poderiam estar discutindo o que seria da minha vida amanhã de manhã, como seria meu dia, minha melhor performance de vida cotidiana, meus medos, minhas angústias e minhas alegrias, porque não?

Ainda cheguei a pensar, se todos estão aqui, discutindo algo tão acalorado, deve ser sobre minha pessoa, mas eu participo? Eu não opino? Não tenho as rédeas do meu próprio destino? Se eu estava naquele encontro, teria morrido e por isso estava vendo aquilo tudo se passando como em uma tela de cinema, tal qual a Experiência Quase Morte (EQM), que muita gente revela? 

Pela primeira vez em uma espécie de tranae, conscientemente, estava diante dos meus próprios eus. Lhes encarando e, mesmo sem respostas fui entendendo que tudo estava sob controle, pois parecia uma conversa alegre e descontraída. Eles estavam felizes e descontraídos.

Fui me acalmando e sem perceber, já estava em outro ambiente, lembrava daquele encontro ao acaso, mas não estava vendo mais ninguém, além de mim mesmo. Era tarde da noite e fazia um pouco de frio, as luzes estavam acesas, ouvi um barulho de motocicleta, enquanto pessoas conversavam, mas não compreendi o que estavam dizendo. 

Olhei para um pequeno barulho em um canto da garagem e percebi um besouro com tons brilhosos e de uma cor esverdeada, como se estivesse encandeado com a luz de led e batido contra a parede branca enquanto traçava suas rotas de voo.

Olhei para o relógio e percebi que já eram 00:48 horas. Levantei da rede e me dirigi para o quarto, pois já eram os primeiros minutos do dia 26/02/2025, restavam poucas horas de sono e um dia puxado para viver. Sempre soube que as crianças mantinham um leve contato com experiências astrais, mas parece que os velhos também passam por essas experiências, apesar se tudo isso parecer fantasias em nossas mentes.

Por Belarmino Mariano, imagem das redes sociais.

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