sábado, 11 de outubro de 2025

Bicho Esquisito e de Pensamentos Estranhos


Por Belarmino Mariano*

Em minhas esquisitices, alimento meus medos e traumas. Como bicho do mato em noite de lua cheia, rondo pensamentos estranhos ao ponto de me desesperar. 

Sou um caçador de ilusões no breu da noite. Enquanto instalo armadilhas de ferro bruto, negros espíritos de homens violentados pela escravidão dos meus antepassados, arrastam suas correntes invisíveis por sobre as pedras no meio do caminho.

São os malunguinhos, os caboclos da mata fechada, tocando o terror nas mentes fracas de homem inseguro. O medo da morte, medo da solidão e muito medo dos atormentados pensamentos de pecado e culpa.

Nessas horas difíceis de um despertador do sonho, faço um pequeno exercício mental de projetar minhas sombras nos outros, só ao ponto de encontrar erro de pensamentos, distorção cognitiva, drama, catástrofe e destruição do aceitável.

Na mente começa a aparecer a longa vivência social, preenchida por rótulos e preconceitos como se fosse uma grande construção de negatividades. Inútil, incompetente, fracassado e imbecil. Esse seu mundo é uma mentira deslavada.

Enquanto vejo realizações positivas, conquistas materiais e, mesmo na dificuldade, o estabelecimento da realidade, a gigantesca manipulação da realidade me deixa em adoecimento mental. Isso vira um efeito borboleta, marcado pelo comportamento de erros mentais e das crenças em falsos profetas e agora, colts de facilidades aparentes.

Cérebro sem razão, sem criticidade e credibilidade de si, segue abalado por diferentes grupos. A autoestima na lata do lixo e tudo se transforma em caos cognitivo e negatividade.

Bicho esquisito que se esqueceu de si mesmo e agora prega irrealidades como de fosse um profeta do caos, creditando ao mundo, seitas e sistemas desumanos.

Bicho bruto de mente fraca, manipulado por interesses ideológicos do mercado e tecnologias da aceitação distópica. Esse é o teu fim, mas antes que acabe e dê cabo desse estrago mental em que se tornou, a corda, acorda!

Sai dessa, vai a praia, faz uma caminhada na mata, cansa teu velho corpo e depois descansa debaixo de uma árvore frondosa. Escuta o barulho do vento, o cantar dos pássaros e o barulho da água do riacho sobre as pedras desequilibradas.

Tira a bicicleta velha do quarto de despejos, limpa esse engenho de metal e borracha, enche os pneus e regula os freios. Coloca graxa na corrente e nos cabos e começa com um pedal curto. Sai da cena urbana e do barulho da cidade e entra em uma estrada barreada e pedala sem saber ao certo para onde estás indo e verás que a brisa, por si só, vai te fazer bem melhor.

*Por Belarmino Mariano. Imagem das redes.

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