Por Belarmino Mariano in.: Sigmund Freud, na Visão de Ensinamentos Brilhantes.
Primeiro vamos entender quem foi Freud? É unânime no mundo acadêmico que tenha desenvolvido a Psicanálise, ramo fundamental da Psicologia enquanto novo campo científico, a partir de meados do século XIX (1856-1939).
Natural da Mioravia, atual República Tcheca, mas se radicou na Austría, onde se tornou médico neologista e dedicou toda sua vida profissional para compreender e tentar explicar o funcionamento da mente humana. A partir dos instintos, mecanismos de defesa e ideia de consciente e inconsciente. Passou a ser considerado um dos principais fundadores da Psicologia Científica.
Se Freud afirma que "Deus é apenas uma ilusão necessária". Afirma que Deus é uma criação da mente humana enquanto forma de lhe dar com os medos e traumas.
Para Freud, o conceito de Deus não encontra amparo na realidade, mas apenas uma construção psicológica para impor limites e orientação quanto à própria incapacidade mental para a solução de grandes problemas e a explicação de fenômenos metafísicos distantes ou fora da consciência.
Para Freud a psique humana era dominada por desejos inconscientes, em muitas situações, conflituosos e que em muitos casos, moldam os comportamentos, valores, convicções e crenças.
Em "O futuro de uma ilusão", Freud (1926-1929) afirma que,
assim como Deus é uma ilusão, a moral e a ética estão no cerne das construções humanas, como necessários as práticas de convivência entre os grupos e seus indivíduos. A moral é inata aos humanos e construída a partir das necessidades de convivência humana, assim como os Deuses.
As necessidades emocionais humanas, os desejos e as vontades estão nas bases do bem-estar e conforto, resolução parcial das angústias e segurança mental diante de uma realidade complicada e cheia de incertezas, podem ter levado os grupos humanos ao encontro de explicação irracional de conflitos psicológicos.
Freud via Deus como ilusão e os reflexos das necessidades humanas e não era real ou racional. Por isso fez duras criticas as crenças e religiões como uma espécie de neurose coletiva e controles psicológicos e sociais, em que, seus líderes controlam mentes e comportamentos através dos medos e da incapacidade de explicar certos fenômenos.
Os dogmas religiosos afastam os humanos da realidade e da racionalidade, inclusive convivência sadia com a espiritualidade como elemento da natureza humana.
Nas duas principais obras em que Freud elaborou questões sobre a invenção humana das religiões e das ideias de Deuses: "A ilusão do Futuro" e "Toten e Tabú".
Nestas obras, Deus é uma ilusão humana, de que existem forças inexplicáveis que olham e protegem os seres humanos dos perigos, incertezas e sofrimentos enquanto partes de uma plano maior para o que somos em um mundo onde tudo tem um fim e em muitos casos, trágico como a própria morte ou perda irreparáveis com as quais todos temos que enfrentar.
Freud fez duras críticas à dependência psicológica e emocional das pessoas por uma religião, por figuras e autoridades religiosas, pois impedem que as pessoas assumam a responsabilidade pelas suas vidas, pois os dogmas religiosos atribuem tudo às vontades e desejos de Deus.
Freud deu as bases para que a ciência e a experiência humana dessem os primeiros passos para as superações e dependências religiosas, mas parece que parte da própria psicologia foi tomada por grupos religiosos conservadores, ao longo do século XX, tendo afastado o conhecimento psicológico da análise crítica e reaproximado das ideias de fé, crença e religiosidade necessárias ao equilíbrio emocional das pessoas, em especial nos momentos tragicos e traumáticos.
Na atualidade, observamos que escolas teológicas são preparadas com muito conhecimento da psicologia e, padres, pastores e clérigos em geral possuem formação e fundamento psicológico e religioso em que, geralmente, interpretam Freud para seus fins.
A ideia de religião como "neurose coletiva" é baseada na repetição de um sistema ritual de crenças, que impede o crescimento intelectual, emocional e psicológico das pessoas envolvidas, ficam presas ao medo e a submissão, pois tudo depende das vontades e desígnios de Deus.
As crenças e fundamentos religiosos, criam dogmas, valores éticos e morais que impedem o pensamento e ações livres, atrasando o próprio desenvolvimento social e cultural das pessoas.
Freud defendia a tese em que, as doutrinas religiosas atrapalhavam a ciência, dificultava a racionalidade e autonomia da sociedade humana, pois no geral, as sociedades fundadas em dogmas e doutrinação religiosa, se afastam de evidências, racionalidade e conhecimentos científicos.
Fonte: https://youtu.be/NlGyS0W1mZM?si=WVdVbqX1QeQH8RF8
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