Quando te vi pela primeira vez, parecia um sonho de tão perfeita e bela, mas não me belisquei, pois não queria acordar.
Você sorriu para mim como um flash que me seduzia tal qual a mariposa é atraída para a luz. Sorri de volta, enquanto meu coração brincava de bater tambor como criança traquina barulhando a alma.
Quando te vi pela segunda vez, aquela alegria em te encontrar borbulhou em minhas entranhas igual a água revoltada caindo de um abismo e se transformando em uma cortina de fumaça a flutuar no ar.
No terceiro dia sem te ver, já sentia sua falta sem nunca ter trocado uma única palavra com você. Era como se tivesse sido roubada metade do meu ser, pois você era minha grande interrogação.
Por dias a fio, perdi contato com teu doce olhar e com o teu sorriso malicioso e lindo. Tua pele juvenil e teus cabelos castanhos escuros brilhavam em minha mente e nem sabia em que labirintos te encontrar.
Já estava achando que você era apenas um sonho, sabe aquele sonho que você sonha com a pessoa sem nem conhecer ou saber nada dela. Mas existia o lugar e o grande problema era esse, te ver por duas vezes no mesmo local.
Quando nem esperava te encontrar na terceira vez que te vi, era um final de tarde e meu peito se encheu de uma alegria moleque e de um amor quase infantil. Ali tive coragem de me aproximar e, pela primeira vez, falar com você.
Lembro de dizer meu nome e de perguntar o seu. Confesso que deu um friozinho na barriga e aquela sensação de estar em uma roda gigante de emoções. Meu olhar se fixava em teus lábios e em teus olhos e te desejei como uma grávida desejando comer manga rosa querendo amadurecer.
Agora tinha rotas, mapas e novelos para te encontrar, o que parecia um sonho, ganhou contornos de realidade, mas a partir daí, passei a me beliscar com frequência.
Naqueles dias em que estava começando a te conhecer, notei que você havia colocado mais alegria em minha vida. Te encontrar e continuar te encontrando era o que eu mais queria.
Depois de incontáveis encontros e desencontros, intermináveis tardes de pôr do sol, de nos deitarmos e rolamos na grama como cães adolescentes que brincam de morder, ou na beira mar ao anoitecer com o barulho das ondas e a cidade acendendo as luzes, enquanto pequenas estrelas pintavam o céu, você desapareceu de minha vida.
Não lembro de despedidas, ou faço questão de não lembrar. Lembro que passei uma semana ouvindo músicas tristes e não querendo deixar de sonhar.
Nunca te esqueci e confesso que com você, aprendi literalmente o que é um amor platônico, melhorei minha filosofia niilista e o amor pelo nada, pois vazios nunca mais seriam preenchidos e só o acaso dava conta em nos desencontrar.
Sem você por perto compreendi que não existe porto seguro e ilusões são bem mais comuns que os contatos de fadas e histórias encantadas.
Te perder de vista foi não mais me encontrar por inteiro. Você nunca me viu chorar, você não conhece esse meu lado frágil, mas quero que saiba de minha boca, homens são tão frágeis quanto cristais pendentes em lustres de mansões abandonas.
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Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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