Eu queria escrever um poema sobre sentir o cheiro forte do solo.
Um poema em que, com as duas mãos, apanhasse um punhado de terra molhada, só para sentir seu cheiro, assim de pertinho.
Nesse poema eu queria tirar a camisa e mergulhar na chuva forte, tomar banho na biqueira e gritar de alegria.
Seria um poema sobre as últimas chuvas de março, daquelas que derrubam barrancos e formam poças no meio da rodagem.
Como diz Raul Seixas, todo esse poema só para ver se "perdi o meu medo das chuvas". Pois a vida é breve demais para não experimentar escrever poemas.
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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