sábado, 18 de outubro de 2025

Entre a Existência do Nada e o Niilismo.

Por Belarmino Mariano*

Entre a Existência do Nada e o Niilismo, entre os diferentes princípios filosóficos, os atomistas buscaram a menor particula da matéria, entre eles: Demócrito e Leucipo, filósofos gregos que, se debruçaram sobre a dissolução dos elementos da natureza até a possibilidade de sua menor partícula. 

Então chegaram aos átomos como sendo as menores particulas da matéria. Também chegaram ao espaço como sendo o vazio, onde as moléculas atômicas se movimentam, se agregam e se desagregam, dando estrutura, forma e função aos elementos. 

Foram fundamentais para a Física Quântica e poderemos está chegando a mais profunda teoria do caos e da incerteza que é a ideia de um universo que surgiu do nada, preenchido por gigantescas ondas de materia escura e quase que absolutamente vazia.

O vazio também ganhou o sentido do "Nada". Parmênides pode ser considerado o "filósofo grego do nada". Daí algumas teorias cósmicas e reflexões acerca da ideia do nada e do vazio como um sentido para as coisas.

Em um koan budista ou taoísta nos deparamos com esse fundamento: "Se o nada existe, o que existe onde nada existe"? Vejam que essa indagação é nitidamente, encontrar algo aonde nada existe. Parmênides se debruçou sobre o princípio de que "do nada, nada se faz" (ex, nihilo, nihil fit), algo como, nada pode surgir do nada. 

O filosofo alemão Heidegger, preferiu a busca da experiência a partir da existência, permanência e imanência dos seres e das coisas. Entre o ser e o seu tempo, entre o ser e o estar no mundo. Foi a partir da existência das coisas que se interessou em desvendar a ideia do nada como questão puramente filosófica.

Para Heidegger, reflexões sobre a não existência das coisas era uma ilusão cognitiva que sempre nos levava a lugar nenhum e para ele, o conceito de nada era relativo ou relacionado a ausência de significados ou valores.

Esse debate filosófico entre o que existe e o que não existe, foi travado com muita força ao longo dos séculos XIX e XX e os melhores exemplos são o existencialismo e o niilismo, tendo em Nietzsche a melhor experiência sobre o conceito de "nada" (nihilo, nihil, niilis), em que, a ausência de significado, propósito ou valores intrínsecos, nos permite pensar sobre razões negacionistas ou que só existem na imaginação ilusória da mente humana.

Esse debate profícuo entre Heidegger e Nietzsche, deve ser considerado em meio ao mundo europeu, cheio de conflitos, guerras coloniais, disputas territoriais e expansão do capitalismo industrial de super exploração do proletariado. 

As guerras, a ganância humana, a pobreza extrema de miseráveis que formavam "lumpemproletariado urbano" (desempregados, na extrema pobreza, aos farrapos e sem abrigos), contrastando com a riqueza, o esplendor e o luxo da burguesia e das carcomidas monarquías absolutistas em declínio.

Quando Nietzsche afirmou que "Deus está morto e nós o matamos", criou um gigante vácuo nos valores religiosos e filosóficos ocidentais, pois apontou para ausência absoluta dos mais valiosos sentidos de espiritualidade, um estado de falta de sentido na vida.

Esse mundo caótico e confuso é destruído, pois a não existência de Deus e a destruição de qualquer tipo de esperança em dias melhores, em salvação ou paz de espírito. O niilismo se fortalece quando estamos diante do caos e das incertezas, por isso nos apegamos aos novos messias, aos restos de deuses e mitos que estão completamente fora da realidade.

Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.

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