O sonho americano virou pesadelo e ao se enrolar em ideologias neon4z1st4, perdeu a noção de democracia, liberdade e humanismo. Seu símbolo maior é a águia americana (Haliaeetus leucocephalus). Será que a águia envelheceu?
A águia é um símbolo antigo e facilmente encontrado em muitas culturas indoanericanas, desde a Argentina as terras frias do Norte do Canadá. No México ela representa o deus Huitzilopochtli, o deus vitorioso dos astecas, e se encontra no centro da bandeira e no brasão do país. Essa mitologia é uma das mais fantásticas.
A águia aparece nas culturas da África, Europa, Asia e Oceania a águia é símbolo mitológico de divindades em diferentes países e povos tribais ou tradicionais e em seus rituais sagrados, ao exemplo dos povos andinos, mongóis ou siberianos em suas tradições xamânicas.
Incrível como algumas nações e seus líderes, se empoderam da simbologia da águia para tentar justificar e impor seu domínio sobre outras nações. Em todo o mundo, alguns países se consideram como águias e usam símbolos desses animais em suas bandeiras, brasões e forças militares aeronáuticas.
Na atualidade, se fizeres uma rápida pesquisa em redes e bancos de imagens, verás que milhões de imagens associam a águia aos Estados Unidos. Eles usam a águia como um símbolo nacional de liberdade, coragem e força.
Mas em momento algum, vemos a águia como um animal furtivo e até certo ponto, covarde, que ataca presas fáceis como os borregos inocentes ou uma cobra que rasteja, não tem pés, não tem braços e não tem asas para voar.
João do Vale, um cantor e compositor maranhense, cantou o carcará lá do sertão e o carcará é um símbolo de força e resistência as secas e a semiaridez, mas vale lembrar que no sertão nordestino, também existem cobras venenosas, assim como no México e nos Estados Unidos, entre outros.
Às vezes "é aí que mora o perigo". Então a águia, voando alto, observava aquele animal rastejando suavemente, enquanto o sol aquecia sua pele brilhante. Então a águia calculou uma rota, observou a direção do vento e se projetou na direção da cobra. Infelizmente, a ave cometeu um pequeno erro ao projetar sua sombra no solo árido e a caçadora voraz ao tentar golpear a cobra exatamente na metade do seu dorso, a serpente lançou sua cabeça e mandíbulas em uma das pernas da ave sedenta.
Foi uma ação surpresa e em um derrape de velocidade, a águia já estava no ar, tomando altura com a cobra presa em suas unhas afiadas, mas a cobra também já estava com suas presas agarradas a um dos pés da águia e já havia inseminado seu veneno mortal.
Quando a águia sentiu uma dormência estranha se espalhando pelo corpo, resolveu soltar a cobra ferida para que ela morresse durante a queda. Mas já era tarde demais, pois a cobra ao cair, arrastou o frágil corpo da ave para o chão.
Foi uma queda fatal, os dois animais estavam gravemente feridos, mas a cobra já havia se enrolado nas plumas da ave e o veneno já estava fazendo o efeito esperado. Era uma ave experiente, sagaz e inteligente, acostumada a pescar e a caçar roedores displicentes em relva rala, cobras eram facilmente abatidas.
Finalmente chegou o seu dia, escolheu uma presa aparentemente frágil, desprovida de superpoderes e muito suculenta. Desprezou as estatísticas dos riscos, apostou no ataque surpresa e foi surpreendida pelo bote e o veneno. Agora era tarde demais.
Fácil demais caçar ratos e coelhos, abater galinhas e pequenos cordeiros ou filhotes de raposas. Por ser uma grandiosa ave de rapina, plainando no ar e observando tudo em uma visão privilegiada, na visão humana a águia sempre se sentia superior.
Nesse mundão de águias e cobras, um dia as regras mudam, as ameaças cessam e os perigos aumentam, inclusive para quem se considera imbatível. Se hoje imigrantes são considerados ratos imprestáveis, ou frágeis cobras rastejando, muitos esquecem que é o veneno quem cura a picada.
Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.
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