sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O Buda da Compaixão

Por Belarmino Mariano*

No meio de um lago das montanhas do Himalaia, flutuava uma estátua do Buda da Compaixão em posição de Ioga como se estivesse flutuando em uma flor de lótus.

Era fim de tarde e das montanhas do Oeste o pôr do sol em seu brilho laranja avermelhado com tons dourados também flutuava a sua luz por sobre a água e o Buda. 

Os ventos das montanhas lançavam jatos de ar em diferentes direções e faziam ondulações na superfície do lago, provocando um balé suave e vibrante, como se tirasse som da água fria e da luz solar irradiada por todos os lados.

Na medida em que os ventos tocavam o fino tecido da água, parecia até que a luz tremulava e lentamente, movia o Buda da Compaixão em um suave círculo, que ora tocava a reta de luz, interferindo as particulares e ondas energéticas que tocavam sua pele de madeira e bronze.

Aos poucos, o anel solar foi engolido lentamente pela curvatura da Terra em suas camadas de montanhas pontiagudas. Ao longe, a linha do horizonte virava uma pintura cósmica em tons quentes e suaves. 

Era outono e as cores ocres se misturavam ao vermelho, amarelo e laranja. Nuvens distantes criavam um degradê de cores, até que a ausência de luz gerasse uma escuridão suave, enquanto pingos de estrelas, um a um, ocupassem as trevas do universo.

Agora o lago refletia a escuridão do prelúdio e o vento suave trazia o esfriamento do ambiente suavemente prateado. O Buda da Compaixão contemplava o vazio e o silêncio como se tivesse atingido o Nirvana, em que, matéria e energia era uma só coisa.

Por Belarmino Mariano. Imagem das redes sociais.

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