Aqui no Nordeste algumas pessoas chamam pão de bóia, outras de pão dormindo, pão velho. Muitas vezes as bóias também estão relacionadas com objetos leves ou flutuantes, utilizadas pelos pescadores para que as redes de pescaria não afundem. Assim como em anzóis para atrair os peixes a serem fisgados e em muitas pescarias, os pães são usados como iscas pois são leves e flutuam.
Nas padarias, bóias são os pães não vendidos e no dia seguinte ou dias depois, se transformam em farinha de rosca, torradas, pudins, entre outras iguarias. Ou seja, "na padaria , nada se perde, tudo se transforma".
Aqui em minha casa, parte do pão que boia vai para a goiabeira para os passarinhos e outros não consumidos envelhecem e a gente os transforma em torradas. Mas sempre deixo os mais duros, na goiabeira, pois os pardais e rolinhas adoram. Observo que de um dia para o outro, com o sereno da noite, ficam fofinhos e a passarada faz a festa.
O bom é saber que eles se alimentam e quando fazem suas necessidades fisiológicas, adubam a goiabeira e isso explica boas safras. O pão de farinha de trigo, que pode ter vindo de campos distantes da Europa ou da Ásia, viram alimento de pássaros, em novos ciclos ambientais e experiências de quintais.
Por Belarmino Mariano, imagens do autor.
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