domingo, 16 de março de 2025

RELIGIÃO: Pecado, Perdão ou Vingança?

Por Belarmino Mariano.

Muitas pessoas criticam a religião das outras pessoas, mas se esquecem que a Religião é um fenômeno cultural de origem e a sua religião é via de consequência, fruto do seu lugar de origem. Mesmo com o forte processo de globalização cultural, que ocorreu nos últimos 30 anos.

Mesmo que o Brasil seja um país laico e que exista uma gama de diferentes religiões e crenças, aqui, em mais de 500 anos, predomina o Cristianismo como fé. Dados do IBGE indicam 70% de católicos, 15% pelo protestantismo Cristão (diferentes denominações); 4% de espíritas e 12% independentes, afrodescendentes (Umbanda, Candomblé, Kimbanda, Jurema), entre outras religiões asiaticas (Budismo, taoísmo, xitoismo).

Agora imagine que se estivesse nascido no Oriente Médio, provavelmente seria Islâmico ou Judeu. Se estivesse nascido na Índia, seria hinduista, ou de milhares de outras crenças. Na China certamente seria budista ou taoísta, assim como em algum país da Europa teria uma tendência ao cristianismo.

Isso significa que a sua religião foi uma herança de seus antepassados, então a sua fé não foi uma escolha divina ou em um Deus superior, como muitos acreditam. Mas no judaísmo, cristianismo e islamismo, religiões monoteístas, existe uma forte ideia de um único Deus que criou o pecado, o perdão e o próprio lúcifer (anjo do mal).

Deus foi o grande criador dessas três coisas. E ainda existe um certo grau de vingança de Deus, pois quase tudo o que um humano precisa fazer para viver, recai em algum tipo de pecado.

O pecado é o erro humano aos olhos de Deus. Deus criou um monte de regras para os humanos seguirem , normas quase impossíveis de serem cumpridas. Quando o homem peca, ele precisa do perdão de Deus, mas para isso, o homem tem que fazer um monte de coisas para que Deus os perdoe.

Alguns pecados são pagos com sangue, inclusive com o sangue do próprio filho de Deus, Jesus Cristo, que foi crucificado, para perdoar os pecados do homem. Logo, desde que Deus articulou a morte do próprio filho, que segundo a propria Bíblia Sagrada, livro que foi ditado por Deus para que os humanos seguissem suas regras, o filho de Deus é o próprio Deus. 

O filho de Deus foi gerado em uma mulher virgem que foi fecundada por Deus. O mesmo Deus que criou o pecado e lúcifer que era um dos Anjos mais fiéis a Deus.

Mas se o filho de Deus é o próprio Deus, poderia ele ter se gerado no útero de sua própria mãe. Afinal de contas, não estaria ocorrendo uns pecados nesse movimento familiar? Se a Virgem Maria aceitou essa situação, ela se tornou uma pecadora? Ou simplesmente foi perdoada por Deus, que lhe usou para gerar seu único filho, que é ele próprio?

O perdão de Deus, bom perdoar não é muito a coisa que Deus goste de fazer. Segundo o próprio Deus, no seu livro sagrado, com todas as suas regras, o perdão é individual e só virá depois da morte e de um juízo final ao fim dos tempos.

A sua religião é muito mais geográfica e gerada a partir de tradições culturais, do que por fatos e comprovações reais e ou científicas. Parece que os líderes religiosos, se beneficiam com a nossa ignorância religiosa.

Quando lemos o Velho Testamento, vemos que o Deus dos Judeus, que virou o Deus dos Cristãos, católicos, protestantes, ortodoxos e maometanos (islâmicos) é muito vingativo e condenou os seguidores dessas religiões monoteístas a pecados capitais. Ou seja, só o sangue e a morte, depois de muitos sacrifícios, podem redimir os pecados humanos. Isso parece muito mais vingança do que perdão ou compaixão.

Confesso que me surpreendo com as coisas que leio na bíblia e com alguns argumentos religiosos e justificativas em nome de Deus. Escravidão, genocídio, guerras e muitas outras atrocidades em nome de Deus. É difícil entender tudo isso!? Chego a ter compaixão do filho de Deus, depois começo a pensar que ele é o próprio Deus e parece que fez isso consigo mesmo, por puro interesse, manter seus filhos obedientes e cativos.

Por Belarmino Mariano (Quaresma). Imagem das redes sociais. A crucificação de Jesus, vandalismo de protestantes cristãos na Praça dos orixás no Distrito Federal e o pensador.

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